quarta-feira, 16 de março de 2011

Eu estarei aqui.

Ele fumava o seu cigarro, enquanto eu vestia minhas roupas. Quieto – calado – em silêncio. Só se ouvia os pingos de chuva que caíam. Meus olhos olhavam em direção ao espelho para realçar a maquiagem, mas buscavam encontrar a direção dos olhos do meu amado que, tinha o olhar em direção ao chão.
Mulher sempre sabe quando há algo errado. Seja no silêncio, seja nos agrados exagerados e anormais, seja nos pequenos detalhes... Mulher percebe, mulher sabe – é sexto sentido. E a mulher espera – presa na paranóia de fazer adivinhações sobre o que acontece – espera para saber o que há.
Ao virar-me de costas para o espelho. Notei lágrimas caindo de seus olhos. Quis correr até ele, mas confesso que fiquei parada por um instante olhando sua fragilidade. De momento, houve certa satisfação em vê-lo chorando. Depois, a tristeza tomou-me conta...
“O que houve?” – perguntei.
E as lágrimas continuavam a molhar seu rosto de menino. Sequei-as com as mãos, acariciando seus cabelos. Mas as lágrimas não paravam de cair. – “Hey! O que houve?” – insisti. Ele olhou em meus olhos, e abraçou-me forte. Tão forte que eu poderia sufocar se ele não fosse a razão pela qual eu ainda respirava.
“Está tudo bem, está tudo bem. Calma!” – tentei acalmá-lo.
Enquanto estávamos abraçados, eu só ouvia o som de seu choro encostado em meu ouvido. – Me soltei de seus braços e perguntei novamente sobre o motivo da tristeza. Ele acalmou-se. Respirou. Preparou-se para falar. E contou-me tudo.
Enquanto contava-me seus problemas, crescia uma vontade inexplicável de retirá-lo correndo daquele quarto e guardá-lo num lugar onde nenhum mal pudesse arrancar-lhe mais lágrimas. Queria dar-lhe soluções. Aconselhar qualquer coisa que acabasse com aquela dor. Queria protegê-lo. E, então, finalmente compreendi que parte da minha felicidade dependia do sorriso do meu amado.
“Não deveria estar lhe contando isto...”. – disse com a cabeça baixa.
“Não?”
“Não.”
Eu, que lhe desejo toda a felicidade que existe no mundo. Eu, que quero interesso-me em saber de cada passo de tua vida. Eu, que faria qualquer coisa e a qualquer hora por você. Eu, que vou estar sempre ao teu lado. Eu, que lhe amo como ninguém! (...) – Como não deverias contar teus problemas para mim? E vais contar para quem? – Mesmo que eu não possa fazer algo para resolver, eu quero ouvir sua dor, compartilhar seus medos, chorar junto e dar-lhe motivos, os motivos mais simples, para que tu possas sorrir. Eu quero lhe dar confiança, quero que confie em mim. E quero tornar mais fácil tudo àquilo que lhe incomoda.
Eu não quero fazer parte da tua vida. – Não tenho tamanha pretensão. – Nem desejo que na tua vida, só eu, exista.
Eu não quero mentir e nem quero esconder-lhe nada.
Eu só tenho duas vontades, apenas dois objetivos: fazer-lhe sorrir e lhe amar até quando eu puder.

“Deverias contar-me sim. E se caso não pudesses falar. Saiba que eu estaria aqui, da mesma forma, para lhe ver chorar e oferecer meu colo, guardá-lo em meus braços, beijá-lo e amá-lo até confundirmos nossas almas. – Calma! Que a felicidade já vem... E enquanto tu não a achas, eu estarei aqui para lhe encher de esperança!”.
“Tu tornas as coisas mais fáceis...” – ele disse-me sorrindo e olhando em meus olhos.
“Não. O amor é que torna!” – repliquei-o.

 

"Trust me. Trust in my love. He is pure and want to make you happy."


 
Por : Gabriella Beth Invitti  (H)'
 

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